Seu Francisco era um velho rabugento de 80 anos, viúvo,
morava sozinho e estava acostumado a sua rotina de domingo a domingo. Em uma
quinta-feira, como de costume, acordou às 6h, tomou seu banho, vestiu-se e
ficou a espera da sua empregada.
O relógio marcou 6:30 e ela ainda não havia chegado. Então,
aborrecido por ter sua rotina interrompida, Seu Chico decidiu sair de casa para
tomar café. Foi em direção a praça Floriano Peixoto, que é localizada em frente
a sua casa. Ao olhar para céu percebeu que estava nublado mas como a
panificadora era próxima dali continuou a caminhada. Uma garoa começou a cair e
seguiu para a calçada das casas, para tentar se proteger de um possível
resfriado. Ao chegar na panificadora, que fica na Av. Antônio Coelho de
Carvalho, estava fechada. Ao perceber, Seu Chico resmungou sozinho porém
continuou sua jornada mesmo desestimulado com a chuva matinal.
Praça Floriano Peixoto. Foto: Pablo Hiago |
Seguindo pela mesma rua chegou no canto com a Rua Cândido
Mendes. Ao olhar o Mercado Central lembrou-se de sua juventude quando encontrava
seus amigos do bairro no Bar du Pedro. Mesmo de longe viu uma cabeça branca e
percebeu que era seu amigo de infância, o Seu Antônio. Ao chamá-lo, seu amigo
acenou e o chamou para ir até seu encontro; cumprimentaram-se e partilharam
novidades. Seu Antônio o convidou para tomar café no Mercado e depois iriam em
busca de algum marreteiro para consertar seu relógio. Seu Chico aceitou.
Av. Antônio Coelho de Carvalho. Fotos:
Pablo Hiago
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Seguindo pela mesma rua chegou no canto com a Rua Cândido
Mendes. Ao olhar o Mercado Central lembrou-se de sua juventude quando encontrava
seus amigos do bairro no Bar du Pedro. Mesmo de longe viu uma cabeça branca e
percebeu que era seu amigo de infância, o Seu Antônio. Ao chamá-lo, seu amigo
acenou e o chamou para ir até seu encontro; cumprimentaram-se e partilharam
novidades. Seu Antônio o convidou para tomar café no Mercado e depois iriam em
busca de algum marreteiro para consertar seu relógio. Seu Chico aceitou.
Pessoas
caminhando ao redor da Fortaleza de São José. Foto: Fernando Primo
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Após um breve café em uma
maloquinha do Mercado seguiram seu rumo. Partiram pela Rua Cândido Mendes;
foram conversando e perceberam que mesmo com uma breve chuva haviam pessoas
praticando suas caminhadas pela manhã ao redor da Fortaleza de São José; e algo
que chamou-lhes atenção foi o aparecimento de vegetação em lugares improváveis.
Vegetação inesperada. Fotos: Fernando
Primo
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As ruas estavam com pouco movimento automobilístico e alguns
ambulantes seguiam para seus pontos de trabalho. Chegando na Av. Cora de
Carvalho dobraram para a direita e entraram na Alameda Francisco Serrano que
fica em frente ao posto de gasolina, ‘‘para cortar caminho’’; lá havia uma
mistura de prédios residenciais em que as famílias estavam saindo para sua
rotina diária e lojas que estavam sendo abertas. Seguiram por toda Alameda e
chegaram na Rua Binga Uchôa.
À
esquerda, ambulante indo trabalhar, foto: Fernando Primo. À direita, mistura de
casas e lojas na Alameda, foto:
Maira Amaral
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Família saindo para sua rotina. Foto: Fernando Primo
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Pombo vigia. Fotos: Fernando Primo
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De lá era possível ver a
Fortaleza e o Museu Joaquim Caetano, edificações que foram presentes na vida de
Seu Chico e Seu Antônio desde sua infância. Seguiram até a Av. Mario Cruz e
dobraram para a esquerda, pelo caminho visualizaram um pombo que estava vigiando
e um lixo que distribuía um mal cheiro. Ao longo da avenida era possível ver a
Igreja de São José, o Teatro das Bacabeiras e a Praça Veiga Cabral, a qual os
dois velhos amigos, quando crianças, se reuniam com os colegas do bairro para
uma disputa de quem conseguia juntar mais sementes vermelhas, que caiam das
árvores.
Igreja de São José vista pela Av. Mario Cruz. Foto: Pablo Hiago |
Dobraram para a direita na rua Cândido Mendes e seguiram
para o norte. Ao chegarem na Av. Coriolano Jucá, dobraram para a esquerda e
descansaram por alguns minutos em um banco da Praça do Barão; partilharam seu
novo olhar pela cidade, do quanto Macapá estava transformada, com novos prédios,
novas casas e maior movimento nas ruas. Logo passou um ambulante na frente e
Seu Chico que o chamou para comprar água para ele e seu amigo. Após o breve
descanso prosseguiram seu caminho até a Rua Tiradentes, a qual eles seguiram.
Logo chegaram na Av. Iracema Carvão Nunes, que tomaram como rumo, e
reconheceram a Escola Barão do Rio Branco, escola a qual aqueles idosos se
conheceram quando crianças. Logo veio à memória as vezes em que apanhavam
mangas nas mangueiras ali próximas e quando fugiam no intervalo para jogar bola
na Praça do Barão. Lembranças que lhes renderam boas risadas. Seguiram até a
Praça da Bandeira, onde se encontrava a barraquinha do marreteiro que Seu
Antônio e Seu Chico estavam à procura.
Na despedida, Seu Chico comentou
com Seu Antônio o quão agraciado ficou com a experiência de reviver e reconhecer
a Macapá de sua infância e juventude. Mesmo com todo o crescimento foi
impossível não encontrar suas marcas históricas e não se encantar novamente.
Croqui do
caminho percorrido por Seu Chico e seu amigo.
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Autoria: Fernando Henrique de Castro Primo
Maira Roberta Amaral Silva
Pablo Hiago Alcântara de Veiga Cabral Lopes
Turma: AU 2013
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